segunda-feira, 20 de junho de 2011

Falando de Rockabilly

Por @ramona_tequila

Vista uma jaqueta de couro, camisa branca, calças jeans e faça um belo topete. Pronto? Agora sim, está pronto para o Rockabilly. (Ailton Santos)

Hot Rod’s, vestidos de bolinhas, jaquetas de couro e topetes. É o estilo Rockabilly, algo um tanto quanto incompreendido ou desconhecido, mas que nos últimos anos tem ganhado destaque na mídia, através de cantoras como Katy Perry e Amy Wine House. O estilo que vai além da moda, foi construído tendo a cultura 50’s como referência.
 

Rocka... o quê?

No início dos anos 50, o Rhythm and Blues já contagiava os norte-americanos. Eis que no sul dos Estados Unidos, mais precisamente em Memphis (Tennessee), o jovem de 19 anos chamado Elvis Aaron Presley, entra em estúdio e grava de forma experimental, uma versão de "That's All Right, Mama" de Arthur Crudup, incluindo elementos do country, chamado de música Hillbilly nas décadas de 40 e 50. Nasce aí o Rock’a’billy, um dos primeiros subgêneros do rock and roll, que foi influenciado também pelo western swing e o próprio rhythm and blues.

A quem diga que o Rockabilly surgiu antes de Elvis Presley, quando Bill Haley começou a misturar jump blues com o country. Seu clássico Rock around the clock de 1955, popularizou o estilo musical em todo país. Carl Perkins com a “Perkins Brothers Band” e Buddy Holly são outros representantes do gênero.

Rockabilly = Rock and Roll?

Apesar dos dois terem nascido quase na mesma época, o rockabilly trazia uma forte influência da música western. Uma marca musical desse novo estilo era tocar “batendo” nas cordas dos baixos acústicos, ao invés de puxar cada corda individualmente, essa técnica ficou conhecida como slap-back.

De maneira genérica pode se dizer, que a diferença do rock’n roll pro rockabilly, é que o primeiro é um estilo originalmente negro, que mesclava a batida do blues com elementos do boogie-woogie (o que deixava o som mais rápido e dançante). Já o rockabilly, pode ser considerado “um filho caipira do rock and roll”, onde cantores brancos incorporavam elementos da música afro-americana, ao country western.

 
Rhythm and Blues                           Hillbilly

No Brasil

Nos anos 60 o rockabilly praticamente desapareceu da mídia, mas em 1980 houve um grande revival do estilo com The Stray Cats, e após o show da banda em São Paulo o Rockabilly também chega ao Brasil. A partir daí formam-se os primeiros grupos de rockers (os Rebeldes, Ases do Rock´n Roll, Ratz, The Dogs, Rebel 50´s, AeroRockers, Ted Netuno e os Rabos-de-peixe, entre outros) que se concentravam em sua maioria, na capital paulista e na região do ABC.

Neste momento surge também o “Coke Luxe”, a primeira banda de rockabilly no Brasil, que com um sotaque paulista e um som diferente do da Jovem Guarda, Eddy Teddy e Cia decidem reviver a música e a cultura dos anos 50, tendo o Stray Cats como principal referência. Após a popularização do gênero nas terras tupiniquins, Eddy Teddy forma também o “Rockterapia” que inclui vertentes mais modernas como o Psychobilly.

Psychobilly

Voltando aos E.U.A, o termo “Psychobilly” apareceu pela primeira vez em 1976 na canção “One Piece at Time” de Johnny Cash. Logo depois foi usado por bandas como The Cramps, Screamin' Jay Hawkins e Meteors, que incorporavam elementos do punk ao rockabilly tradicional, e os definiam de “Voodoo Rockabilly” e posteriomente Psychobilly.

Esse estilo também incorpora elementos de referência a filmes de terror, e aborda temas como sexualidade e violência. Considerados tabus para época em que surgiu, são apresentados no psychobilly de forma cômica. Posteriormente o estilo se espalharia pela Europa, especialmente na Alemanha, Itália e Espanha.

Enquanto o Psychobilly no início dos anos 80, que era originalmente mistura de Rockabilly e Punk Rock (com Meteors, Sharks, Batmobile), no final dos anos 80 lembrava mais o heavy metal (com Nekromantix, Demented Are Go, Klingonz, Mad Sin). Já em 90 e 2000 o destaque do estilo volta às origens com Psychobilly norte-americano (com Reverend Horton Heat, Los Gatos Locos, Tiger Army).

Hoje no Brasil

Atualmente Curitiba pode ser considerado com a capital do rockabilly e psychobilly, pois é de lá que saíram bandas como: Catalépticos, Ovos Presley, Os Cervejas, Missionários, Krapulas e Hillbilly Rawhide. Paralelamente em São Paulo o grupo Kães Vadius surgiu optando por um lado mais selvagem da música psycho, porém outras bandas também surgiram inspiradas no rockabilly clássico de Elvis Presley e Johnny Burnette.

O nome mais falado do momento é o Crazy Legs, que surgiu em 2001 e de lá pra cá gravou cinco álbuns e um compacto em vinil, além de presença em várias coletâneas do estilo no Brasil e no exterior. Você pode conhecer mais sobre a banda em seu myspace.

Ouça:






Nenhum comentário:

Postar um comentário