sexta-feira, 1 de julho de 2011

A REDE SOCIAL

Olha só você discutindo em público ou entre quatro paredes o status do seu relacionamento. Esteja solteiro ou em um compromisso enrolado, não importa. O que importa é que suas discussões agora são consultáveis, especialmente por aqueles mais próximos, aqueles que te seguem nas tais redes sociais, redes como… o Facebook. De onde surgiu a brilhante – e aqui podemos deixar um espaço para que você mesmo preencha o adjetivo – idéia de publicar todos os pormenores de nossas relações interpessoais na internet? Certamente não foi Mark Zuckerberg o primeiro a pensar em algo assim, mas como percebemos em “A Rede Social”, foi dele a iniciativa de colocá-la em prática mundialmente.
Como uma versão reencarnada prematuramente do Bill Gates de “Piratas do Vale do Silício”, o Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) da ficção é um produto preenchido pelos clichês do gênio hollywoodiano. Estão lá tanto o comportamento anti-social que beira uma desordem psicológica quanto a genialidade sem paralelos, que é destacada desde o primeiro diálogo, para entendermos que estamos diante de uma criatura singular, capaz de gabaritar o STA, um dos mais importantes exames americanos. Somando isso ao amontoado de conversas anormalmente velozes – montadas especificamente para distanciar o protagonista do estereótipo do “savant” – e as cenas em que Mark dá as costas para professores ou esnoba figuras de autoridade após ilustrar como todos ao seu redor são menos inteligentes, temos aí um personagem que poderia ser facilmente pareado entre os grandes campeões de audiência da TV americana, estamos acenando para vocês Gregory House, Patrick Jane, Carl Lightman, Sheldon Cooper…
Ao invés de solucionar crimes, interrogar suspeitos ou teorizar sobre física quântica, o personagem Mark Zuckerberg – diferenciado assim por possuir uma contraparte na realidade que pode discordar de sua representação nas telas – aplica seu intelecto de forma mais prática, mas não menos embasbacante. Após uma noite de bebedeira e um truncado término de namoro, Mark criou o Facemash, site ilegal, imediatamente acusado de sexista, que rankeava alunas de Harvard conforme os critérios definidos pelos usuários.

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