quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Hell City ganha coletânea eclética

Cuiabá produz talentos constantemente e na música não é diferente. Pensando nisso a CUFA reuniu um time representativo da cena e gravou o CD Coletânea Hell City.

O momento é de efervescência, de reestruturação e de investimento cultural. O caldeirão que é Cuiabá, borbulha com a produção cultural, que é berço de autores, músicos, artistas plásticos, pintores e outras curiosidades que são tipicamente cuiabanas. Mas nesse momento cultural que desponta, que está em iminência, propõe novas vertentes, inclusive para uma das áreas que precisam de mais investimentos e sofrem carência: a produção musical autoral. É com o intuito de dar motivação, visibilidade e recursos para a gravação do material autoral das principais bandas de Cuiabá, que a CUFA (Central Unica das Favelas) lança através do seu selo musical Nova Guarda, a Coletânea Hell City.

Foi após o fechamento da Casa Fora do Eixo, em Abril, que já estava sob a gestão da CUFA, conforme explicou a produtora da Coletânea, Alfa Canhetti, foi sentida a necessidade de continuar trabalhando em prol da divulgação das bandas locais, criando projetos que tivessem o intuito de movimentar a música autoral na cidade. "Cuiabá, apesar de distante dos grandes centros, já provou que é terreno fértil não só para o agronegócio, mas também para a produção cultural, especialmente se tratando do setor da música", explicou Alfa. Entre os exemplos citados por Alfa das produções autorais que ganharam destaque no cenário musical, estão as bandas Vanguard e Macaco Bong, o Rapper Linha Dura, que gravaram para a coletânea Hell City, e a antiga banda Strauss, que ficou conhecida por misturar rock com rasqueado e recebeu o prêmio Skol Rock 97. Além destes gravaram a Coletânea Hell City, as bandas Poste, Menorah, Amauri Lobo, Snorks, Maria Albina, Monocromatas, Rhox, N3CR, Ponto Seis, Billy Brown e o Incrível Magro de Bigodes, Panimoral, Wellington Berê, Vietcongs e Kriptonita.

Pra Ney Hugo da banda Macaco Bong, a oportunidade oferecida pela CUFA é um privilégio, e ainda mais por se tratar da gravação em um estúdio de qualidade que é o Inca. "Além da produção de um material de alto nível, para poder mostrar ao Brasil e pouco a pouco ao mundo que Cuiabá tem música de destaque é muito gratificante. Não temos dúvidas que essa é a melhor gravação que já fizemos, em termos de resultados sonoros. Já conhecíamos o Estúdio Inca, mas nunca havíamos gravado lá e estamos bastante impressionados e satisfeitos", disse Ney.
Segundo o músico, o Macaco Bong produziu na Coletânea Hell City um G Bem Quente. "A faixa que vai pra Coletânea representa um momento de transição do que foi o primeiro disco Artista Igual Pedreiro pra esse momento que vivemos agora. As outras músicas que gravamos resultarão em três EPs, com temáticas e texturas diferentes, manifestadas nas dinâmicas e afinações. Ainda gravamos novamente algumas músicas do Artista Igual Pedreiro, que ainda não definimos o que faremos. Talvez lançá-las em vinil futuramente", adiantou.

Alfa Canhetti justifica a escolha do Estúdio Inca pela qualidade de produção, e as gravações já estão sendo finalizadas e na sequência todas as faixas entram para o processo de mixagem e masterização e, em seguida, prensagem do material físico. "Escolhemos o Estúdio Inca pois sabemos que esse estúdio tem condições de nos entregar um produto respeitável para o mundo da música, acreditamos que a alta qualidade dos produtos é o quesito básico nessa produção", argumentou Alfa. Para quem acha que não será beneficiado com o projeto Coletânea Hell City está muito enganado.

A produtora do projeto explica que este é apenas o volume 1. "Produziremos outras coletâneas em outros momentos e nada impede que as bandas que ficaram de fora busquem ocupar espaços de outras formas. Estamos com um selo de gravação e distribuição e queremos ser provocados por bandas que realmente estejam a fim de
investir nesse mercado", explicou Alfa.

A Coletânea Hell City é a primeira coletânea desse porte no Estado e Alfa Canhetti adiantou que ese projeto terá outros desdobramentos, como ciclo de shows em escolas, um escritório no centro da cidade de agenciamento das bandas que estiverem no casting do selo Nova Guarda e a volta de uma casa de shows.

Na escolha das bandas foram priorizadas aquelas que tem a disponibilidade de circular, de tocar em outros estados e que levem a banda como um projeto sério, e não como hobby. O interessante é que o selo Nova Guarda conseguiu misturar diversos estilos e a Coletânea Hell City irá do folk ao metal, do hardcore ao instrumental, do power pop ao grunge. "Este será um material muito interessante para mostrar o que há de bom na nova safra de bandas autorais cuiabanas", disse Alfa. A produtora também explicou que a Coletânea surge como difusor da produção autoral cuiabana, mas não só da música, das artes visuais também. "O encarte contará com obras de grandes artistas das artes plásticas. A capa terá a impressão de uma obra da exposição Cuiabá 40º de Benedit Nunes e o interior uma obra de Jonas Barros. A exportação da cultura urbana mato-grossense é um dos grandes objetivos. O material estará todo disponível para download gratuitamente, incluindo encarte, letras de músicas e até mesmo fotos e videos do making off", completou.

FONTE: Jornal Folha do Estado





Fotos por @AlfaCanhetti

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